O Wells Fargo é um banco dos Estados Unidos, um dos maiores do mundo em ativos. A sua rede de atendimento também está presente em outros países, como o Canadá. O banco em 2005 tinha 23 milhões clientes e 130.000 colaboradores.
História
Tudo começou como uma Companhia de Diligências em São Francisco. Os dois homens compraram as carroças da Concord, construídas pela companhia Abbott-Tragando em New Hampshire.
As carroças variavam no tamanho e poderiam conduzir seis, nove ou doze passageiros. As carroças maiores poderiam carregar até 12 homens. As carroças eram puxadas por quatro ou por seis cavalos. Ao lado do cocheiro, na parte dianteira, sentava um protetor armado.
As carroças tinham os compartimentos de couro do armazenamento (carregadores) na parte dianteira e na parte traseira da carroça. O compartimento sob o assento do cocheiro carregava geralmente a caixa forte onde os passageiros mantinham seu dinheiro e artigos de valor. O carregador maior na parte traseira carregava o correio e os sacos dos passageiros.
Estas diligências foram paradas e roubadas várias vezes pelos fora-da-lei. O mais conhecido deles era Charles Bolton (Black Bart) que durante o período de mais ou menos seis anos roubou mais de 30 diligências.
Outros envolvidos em roubos das diligências incluíam Jessie James, James Frank, Cole Younger, Bob Younger e James Younger. Em 1880 a Companhia de Diligências tinha 573 escritórios e agências. Era a companhia a mais poderosa de Diligências do oeste americano. Entretanto, começou a investir em companhias da estrada de ferro e em 1888 a empresa estabeleceu o primeiro transcontinental expresso através de trilhos.
O banco no século 21
As diligências do banco entregavam cartas entre St. Louis e San Francisco, o que oferecia um jeito (relativamente) rápido e confiável para as pessoas se manterem conectadas nó século 19.
Hoje, a diligência deu lugar a preferências conhecidas como Twitter, Facebook e LinkedIn — canais sociais que se tornam, cada vez mais rápidos, a forma com que os clientes se comunicam, se conectam e compartilham suas opiniões. Sempre como os inovadores, os executivos do banco estão entre os primeiros a tomarem as rédeas desses canais sociais para ajudar a aprofundar os relacionamentos com os clientes.
“Somos um banco de relacionamento”, diz Steve Ellis, diretor visionário do Grupo de serviço de venda por atacado. “Muitos de nossos clientes usam diversos bancos. Sendo assim, nosso objetivo é ser o banco líder em todos os mercados nos quais estamos envolvidos”.
O banco tem cerca de 300 diferentes produtos e serviços, e muitos de seus clientes comerciais utilizam vários desses produtos. Isso quer dizer que os clientes trabalham com pessoas diferentes no banco. Para proporcionar uma experiência sem falhas ao cliente, o banco precisa garantir que seu pessoal esteja conectado uns aos outros — em todas as regiões e diferentes linhas de negócios.
“Não é fácil encontrar a pessoa que sabe o que você procura ou o tipo de ajuda que precisa”, diz Ellis. ” Isso costumava ser algo bem simples, como falar com alguém no telefone e pronto, achou o que precisava. Agora, isso não é bem assim, pois somos tão grandes e há tantas pessoas novas aqui. Então, vemos as ferramentas sociais como uma forma de ajudar as pessoas a se conectarem em torno dos clientes, de produtos em desenvolvimento e de práticas de gerenciamento de risco.”
Usando a tecnologia, o banco pode usar os canais sociais para ouvir o que os clientes dizem, responder com mais rapidez às perguntas e aos problemas dos clientes e oferecer a eles mais visão sobre os seus produtos e serviços.
Muitos bancos falam sobre como melhorar os relacionamentos com os clientes, esse banco coloca seu dinheiro onde está a sua bolsa, e lucra com isso. “Daqui uns cinco anos eu posso, com certeza, ver como usaremos as ferramentas sociais para ajudar a conectar pessoas, porque somos um negócio de pessoas. Se eu puder usar essas ferramentas para ajudar a conectar o nosso pessoal dentro da empresa e proporcionar uma melhor experiência aos nossos clientes, isso seria uma vantagem que nossos concorrentes teriam muita dificuldade para imitar.”
Características que permitiram a superação da crise financeira de 2008 / 2009
A corporação tem uma estratégia simples mas eficaz: construir relações próximas de longa duração com os seus clientes mantendo o enfoque na qualidade do crédito. Ao longo das últimas décadas, o banco tem construído uma imagem sólida no que diz respeito aos cuidados com a qualidade de crédito.
Uma superior execução desta estratégia criou vantagens competitivas para o banco sendo o líder do seu setor em termos de rentabilidades. Até 2007 a empresa evidenciou resultados consistentemente crescentes e rentabilidades médias dos seus activos (lucros a dividir pelos activos do banco) de mais de 1,5%. (De notar que rentabilidades dos ativos de 1% já são consideradas excelentes para a maioria dos bancos).
A crise financeira de 2008 e a consequente recessão afetou severamente o banco e seu mercado. Muitos bancos faliram e os sobreviventes tiveram de suportar a intervenção do governo americano no seu capital. Esse banco, apesar da crise, conseguiu manter-se rentável, embora os lucros tenham caído bastante.
O banco aproveitou a sua boa situação financeira para dobrar a sua dimensão com a compra do Wachovia no início de 2009, o 4º maior banco americano na época. Esta compra veio aumentar muito a base de depósitos e ao mesmo tempo permitir ao banco uma grande implantação geográfica na costa leste que anteriormente não detinha. O potencial de resultados a prazo, na sequência desta aquisição, é bastante atrativo.
A capacidade de atrair depósitos de baixo custo, que por sua vez permite ao banco financiar-se a custos menores que o governo, é a principal vantagem competitiva que um banco pode possuir. Esse é um dos melhores bancos com essa característica, com uma margem líquida média de juros de 4,9% entre 2003 e 2008.
A adição do Wachovia teve efeitos nesta margem – que foi de 4,05% no primeiro trimestre de 2011 – mas mesmo esta margem líquida de juros mais baixa supera facilmente os seus pares, como resultado dos menores custos de financiamento do grupo. 21% os seus depósitos não são remunerados, uma percentagem invejável no setor, ajudada pela capacidade do banco de acumular depósitos dados em garantia do crédito à habitação que concede aos seus clientes.
O principal motor de crescimento de depósitos desse banco é o seu modelo de atendimento ao cliente. A empresa vende “pacotes” de produtos em vez de tentar apenas vender contas bancárias. Sabendo que quantos mais produtos os clientes possuirem no banco mais fiel o cliente se torna e mais rentáveis os produtos se tornam, o banco estabeleceu uma meta de oito produtos por cliente. A média das agências pré-Wachovia era de 6,06 produtos por cliente.
Este modelo de atendimento ao cliente pode custar um pouco mais para explorar, mas é a chave para o sucesso do banco e para os seus resultados. O grupo está treinando o pessoal do Wachovia nos seus métodos de venda, e os primeiros resultados são já evidentes. Os clientes das agências do Wachovia aumentaram o seu número médio de produtos de 4,55 para 4,88. A rentabilidade dos ativos do grupo está de novo em recuperação exibindo muito potencial de crescimento.
A principal preocupação no setor bancário continua a ser a qualidade do crédito. Hipotecas, cartões de crédito e os empréstimos à construção foram a fonte da maior parte das perdas de créditos concedidos em 2008 e 2009.
No entanto, os empréstimos comerciais atingiram os resultados esperados nos anos seguintes, e em 2012 o banco pôde exibir bons resultados. Isto reflete a confiança do banco numa recuperação da qualidade de crédito, suportada pela recuperação econômica dos Estados Unidos e pela diminuição da taxa de desemprego.
Resultados em 2012
O banco americano anunciou no início de 2013 um lucro líquido recorde de US$ 18,9 bilhões em 2012, 19% mais em relação ao lucro do ano anterior.
Esse lucro foi atingido com a renda total de US$ 86,1 bilhões (6% a mais) e um funcionamento mais eficiente da entidade, segundo informou o grupo em comunicado. Foi alcançado um lucro recorde de US$ 3,36 por ação, também 19% a mais que em 2011.
Os números do quarto trimestre reforçaram os sólidos resultados da entidade, com um lucro líquido de US$ 5,1 bilhões, 24% a mais que no mesmo período de 2011, e um lucro por ação de US$ 0,91, 25% superior. “2012 foi um ano extraordinário para o grupo”, afirmou na nota o presidente e executivo-chefe da entidade, John Stumpf, que ressaltou o sucesso do modelo de negócio mais diversificado, com um forte aumento dos depósitos e dos créditos.
O banco, que é o maior banco norte americano em empréstimos hipotecários, disse também que as provisões para perdas em créditos desceram no quarto trimestre (de US$ 2 bilhões há um ano para US$ 1,8 bilhão) devido ao menor índice de falta de pagamentos creditícios.
No entanto, o banco anunciou margens menores de lucro em seus créditos e uma redução dos empréstimos hipotecários no quarto trimestre (US$ 125 bilhões frente aos US$ 139 bilhões do terceiro trimestre). Por isso, as ações do banco baixavam 1,72% nas operações prévias à abertura da Bolsa de Wall Street.
Resultados em 2013
O lucro líquido do grupo subiu 22% no primeiro trimestre de 2013, para US$ 5,17 bilhões (US$ 0,92 por ação), de US$ 4,25 bilhões (US$ 0,75 por ação) no mesmo período do ano anterior. A receita, porém, caiu 1,7%, para US$ 21,26 bilhões.
O lucro por ação superou a previsão dos analistas de US$ 0,88, mas a receita ficou abaixo da estimativa de US$ 21,59 bilhões. A provisão para perdas com crédito diminuiu 39%, para US$ 1,22 bilhão.
Com um negócio menor nos mercados de capitais do que seus concorrentes, o banco é bastante observado pelos investidores por seus resultados no segmento de hipotecas e é o maior gerador de hipotecas dos EUA.
O lucro líquido de juros da divisão de hipotecas do grupo caiu 2,6% no primeiro trimestre, para US$ 2,79 bilhões. Foi informado também que teve margem líquida de juros – a margem de lucro entre empréstimos e investimentos – de 3,48%, em comparação com 3,91% um ano antes e 3,56% no quarto trimestre de 2012.
- Fonte: Exame.com, Wikipedia e canais das empresas citados